Dicas de Como Superar a Pirraça
Como você se sente quando seu filho começa a fazer pirraça? Uma birra “daquelas” no meio da rua, do supermercado, na hora de ir para a Escola… Fica com vergonha, raiva, ou não sabe o que fazer? Muitas vezes me senti assim e descobri um caminho simples e eficaz para apoiar meu filho e a mim mesma a superar as crises de pirraça.
Compartilho com vocês os cinco passos criados por Rosa Jové:
1) Compreender que a criança quer diferenciar sua identidade.
Isso significa que é nosso papel de pai e mãe compreender que a criança NÃO quer nos testar ou nos deixar com raiva quando está fazendo pirraça. Ela simplesmente está seguindo o plano da natureza para que ela cresça e se torne um ser autônomo. E nós pais, por não entendermos isso ficamos com raiva, gritamos, castigamos ou damos recompensas para que a criança volte ao seu “estado normal”.
2) Deixar que ele faça o que quer.
Pergunte-se se é perigoso ou nocivo o que a criança está fazendo, o mais importante é zelar pela vida humana. Agora, de acordo com minha experiência, poucas coisas que as crianças fazem são realmente perigosas a ponto de colocar a vida delas em risco. E quantas vezes nós “brigamos” por querer que a criança use a roupa que EU quero e aí vem a pirraça. Muitas vezes uma roupa pode atentar contra o “bom gosto”, mas dificilmente atentará contra a vida da criança.
Nosso papel de pai e mãe é cuidar do ambiente no qual a criança vai se desenvolver, criar um espaço seguro e adequado para que nossos filhos possam se movimentar livremente. Quando eu cumpro meu papel com excelência, posso deixar que meu filho faça o que quer! Por exemplo, quando a criança pega uma faca e começa a fazer uma pirraça porque eu “tirei”o objeto de sua mão, é importante que eu reconheça que a responsabilidade muitas vezes é minha por deixar a faca ao alcance dela, ou não? O mesmo acontece com uma guloseima ou algo que não quero que ela coma.
O fato da criança experimentar o resultado das suas ações sem a rejeição paterna apoia o desenvolvimento de um ser confiante e com auto estima equilibrada.
3) Evite tentações.
Observe quais são os momentos que seu filho faz mais pirraça. Essa é a chave para que você descubra o que é uma tentação para seu filho e como evitá-la em seu dia a dia. No supermercado querendo doces e guloseimas, na hora de comer, a noite passeando em shoppings, brincando com objetos perigosos, etc? Já observou? Agora como fará para evitar esse comportamento? Você pode mudar pequenos hábitos e atitudes que terão um grande impacto na vida familiar!
4) Não julgar nossos filhos.
Quantas vezes julgamos nosso filhos por suas atitudes? Que menina feia… Mas assim você está muito bobo… Que egoísta, não quer emprestar seus brinquedos pro amigo… Assim você está chato… Menino bonito come tudo… Que menino mais mal educado, não quer beijar a vovó…
Já se perguntou qual o impacto de frases como essa na vida de quem você mais ama?
Posso não estar de acordo com o que meu filho está fazendo, mas isso não significa que ele é melhor ou pior por se comportar assim.
“- Meu amor a vovó chegou, vamos dar um beijinho nela?
– Não!
– Sabia que quando as pessoas vêm em nossa casa elas se sentem muito felizes quando a gente recebe elas com um beijinho?
– Sabia!
– Então, vamos dar um beijinho na Vovó, ela está esperando!
– Não quero!
– Mamãe tá percebendo que você não quer dar um beijinho nela (valido aqui o sentimento dele) e como podemos fazer então para que ela se sinta bem em nossa casa?
– Eu quero mostrar meus brinquedos para ela/ ou Eu quero dar um beijo na mão dela / ou Quero dar um aperto de mão nela… (caso a criança não sugira nada você pode dar alternativas para ela!”
5) A pirraça passa com a idade.
É verdade!!! Chegará um dia que a criança terá uma linguagem mais clara e adequada para explicar o que deseja, não necessitará mais chorar ou “espernear”! E cabe a nós pais termos paciência e amor para acolhermos todo sentimento que vem das crianças, essa é a grande chave!!!
Se você acha que será desafiante recordar destes passos diante da pirraça tenho duas dicas importantes:
1) Respeite seu tempo e vá trabalhando um passo de cada vez. Não seja tão auto-exigente com você mesmo!
2) Na dúvida do que fazer, respire e acolha seu filho, porque ele está precisando também. As pirraças são conflitos emocionais nos quais as crianças estão sofrendo também!