Ludoterapia
O termo Ludoterapia é designado para o trabalho psicoterapêutico realizado com as crianças. Durante a sessão em Ludoterapia, a criança pode expressar suas angústias, seus medos, conflitos e dificuldades de maneira simbólica.
O objetivo da Ludoterapia é ajudar a criança a se expressar, se integrar, se adaptar ao seu meio familiar e social. Diferentemente do adulto, a criança elabora seus conflitos brincando e para que isso seja possível, o profissional utiliza recursos como desenhos, atividades projetivas, jogos, materiais de modelagem, pintura, brinquedos, etc. Durante a sessão, a criança é incentivada pelo psicólogo a brincar e isso a faz representar seu mundo interior incluindo suas aflições, de maneira lúdica e o conteúdo expresso é investigado pelo terapeuta que procura compreender e ajudar a criança a lidar com suas emoções e tratar seus problemas.
A criança se expressa facilmente através do brincar onde o imaginário ganha vida e os personagens podem ser movimentados da maneira que ela desejar. Nas sessões, ela geralmente fica aliviada quando consegue expor o que a angustia. Para a criança, a fantasia e a realidade são uma coisa só, isso implica em uma investigação cuidadosa por parte do psicólogo para diferenciar algo que a criança viu em um desenho e a realidade concreta, e em qualquer uma dessas situações ajudá-la a lidar com o conflito. O trabalho é desenvolvido respeitando a idade de cada criança, bem como seu momento biográfico.
Os motivos que fazem os pais procurarem uma ajuda psicológica para seu filho são bem variados, vão desde distúrbios de aprendizagem e concentração, que podem ter encaminhamento da escola, do pediatra ou outros profissionais da área da saúde, como dificuldade de relacionamento (timidez), de comportamento (agressividade, rebeldia, falta de limites, ansiedade), tristeza, depressão, medos, ou pelo pediatra quando existem problemas orgânicos que são potencializados quando o emocional está em desequilíbrio (asma, bronquite, gastrite, psoríase, etc.), perdas importantes de pessoas ou animais que as faça desenvolver um comportamento diferente (de fechamento, tristeza ou agressividade), entre outros.
Em geral, a criança forma facilmente o vínculo com o terapeuta, o que contribui para a evolução do tratamento. A evolução do trabalho com criança geralmente é muito acelerado e produtivo quando há a participação e colaboração dos pais no processo.
No início do processo, os pais são orientados a realizar o começo, o meio e o fim do tratamento para que a criança possa sentir-se segura, acolhida e amparada, tendo suas necessidades trabalhadas e por fim aprendendo a conduzir-se de maneira mais fortalecida em seu emocional. A busca da independência e autonomia são fundamentais para o processo de ajuda e para o desenvolvimento sadio da criança. Em contrapartida, se o trabalho é interrompido de forma abrupta, a criança poderá ser prejudicada e não terá tempo de elaborar a separação, o que pode refletir em outros vínculos de sua vida. Toda separação de figuras importantes de seu círculo de relações deve ser gradativa e conversada para que haja um processo natural de desligamento e elaboração.
Quando a criança vai apresentando resultados favoráveis e vai evoluindo em seu processo de cura, o psicólogo pode perceber as mudanças tanto nas brincadeiras, nas expressões gráficas dos desenhos, nos sintomas que vão sendo extintos e tanto pais, professores e pessoas de seu círculo de relação vão percebendo sua melhora.
O trabalho não termina no consultório e sim, se estende por toda a vida da criança, pois é fundamental a adesão dos pais ao tratamento, bem como na manutenção do mesmo para a evolução da criança, porque os pais, ainda que de maneira inconsciente, estão quase sempre ligados aos sintomas que a criança traz e devem ser orientados a romper com padrões de comportamento que muitas vezes sem perceber afetam a criança.
A família toda é beneficiada quando tanto pais quanto a criança se mostram receptivos e colaboradores no processo.